quarta-feira, 13 de junho de 2012

Concurso da Biblioteca Escolar: Criar um Texto Dramático

Dando sequência ao concurso sobre Texto Dramático, realizado pela Biblioteca  da nossa escola, apresentamos os respetivos vencedores:

2.º ciclo - João Francisco Marques - 6.º A

3.º ciclo - Beatriz Graça - 7.º D

Aqui fica o texto vencedor do 3.º ciclo:

A Congregação


Narrador: Há muitos anos atrás, numa pequena aldeia, caiu um meteorito, num dia de festa (Aparece o meteorito) O meteorito despertou a atenção de todos: as crianças deixaram de brincar (Crianças param), os adultos pararam de conversar (Adultos param) e até os animais deixaram o que estavam a fazer (Animais param). O meteorito, grande e brilhante, explodiu e deu lugar a um pequeno bebé.
Bebé: Olá, eu sou o Mensageiro do Universo, mas a minha alcunha é MU. (Pausa) Então é assim. (Abre o pergaminho) Segundo esta coisa, daqui a cem anos, provavelmente já estão todos mortos, vai-se formar aqui um lago, porque vai chover muito. Esse lago vai ser muito especial, vai conter quatro fantasmas com poderes especiais e que vão salvar o mundo. Agora tenho de ir, vou a Marte dizer-lhes que vão voltar a ter água no estado líquido.
(Vai embora)
Narrador: Todos tiveram a mesma reação: desmaiaram, excepto uma criança, a Mariana, uma menina de sete anos. Esta começou a brilhar muito e elevou-se no céu. (Mariana sobe) Quando voltou ao normal, todos acordaram e ficaram normais, mas a cabeça de Mariana estava em fogo.
(Vão-se todos embora e entra a mãe da Mariana)
Mãe da Mariana: (Cara de zangada) Mariana! (Entra a Mariana) Minha menina, diz-me o que é que te aconteceu porque estás bastante vermelha.
Mariana: (Sussurrar) Não me sinto muito bem, estou em fogo!
Narrador: Aquela palavra: «fogo», pronunciada em ato de desespero, mas, ao mesmo tempo, de conforto foi a chave para o que se estava a aproximar. (Vão-se todos embora e aparece Mariana em grande). Os anos foram passando e Mariana foi crescendo quente e brilhante. Todos lhe perguntavam o que se passava. (Aparecem pessoas que olham para ela) Ela afirmava que tinha sido afetada pela doença do fogo e que esta era para toda a vida. Todos à sua volta iam morrendo. (Vão embora e aparecem as crianças) Mas deixavam descendência, é claro. Mariana via-se sozinha, mas não estava só porque se tinha casado com o José, (Aparece o José) um homem de negócios e que viajava muito, talvez demais.
Mariana: José, não vás, meu amor!
José: Tem que ser, agora que temos a Beatriz, não queremos que lhe falte nada.
(Aparece a Beatriz)
Beatriz: Pai, já vais?
José: Tenho de ir, minha querida, eu não quero que te falte nada.
Beatriz: A única coisa que me falta és tu, pai!
José: Tu sabes que eu te adoro, mas és muito nova para compreender. (Vai-se embora)
Beatriz: Tu vais deixá-lo ir assim?
Mariana: Ele só quer o melhor para ti.
Narrador: Era sempre assim, Beatriz sentia muito a falta do pai
(Mariana vai embora e entram as crianças)
Narrador: Estava um dia Beatriz a brincar com os amigos, quando chega a sua mãe.
(Mariana entra com uma carta na mão)
Mariana: (Chorar) Minha filha, durante a viagem houve um acidente e não houve sobreviventes.
Beatriz: (Chorar) Mãe, diz-me que o pai não estava lá.
Mariana: (Acena) Estava e agora partiu.
(Beatriz abraça mãe)
Narrador: Isto foi um desastre para a mãe e para a filha, que tiveram tanto tempo abraçadas que nem deram conta que as crianças tinham ido embora.
(Crianças saem)
Beatriz: Porquê?
Mariana: Anda, filha.
(Ambas saem)
Narrador: Apesar de viúva, Mariana tinha a sua filha. Mas esta, passado algum tempo, adoeceu.
Beatriz: Não me sinto bem.
Mariana: (Cara de espanto) Beatriz, tu estás pálida como tudo e tens a cara toda molhada.
Beatriz: Eu sei mãe. (Gritar) Água.
Narrador: Outra palavra que ficava guardada. Fogo e Água, mãe e filha. Beatriz melhorou e Mariana ficou sem aquele ar quente e brilhante. Ela pensava que a sua doença tinha acabado, mas, pelo contrário, ela estava a morrer.
(Pausa)
Narrador: Um dia, naquela pequena aldeia, anunciaram a chegada de uma feiticeira. Esta, podia curar tudo.
(Entra a feiticeira)
Feiticeira: O que é que aconteceu?
Beatriz: Está a morrer.
Feiticeira: Eu acho que a posso curar.
Narrador: A feiticeira disse umas palavras, lançou pós ao ar e no final, Mariana estava como nova.
Beatriz: Ó mãe, ainda bem que melhoraste! Eu não conseguia viver sem ti.
Feiticeira: Devia descansar. (Tira garrafa da mala) Beba isto, vai fazer-lhe bem.
Narrador: A feiticeira foi embora daquela terra. (Feiticeira sai) Mariana achava que ainda não tinha visto nada do mundo, então, partiu para fazer uma aventura: dar a volta ao mundo.
Mariana: Não vai demorar nada.
Beatriz: Vai, mas se te faz mais feliz, podes ir.
(Saem e entra Beatriz mais velha acompanhada por uma amiga, a Verónica)
Verónica: Estou deserta para encontrar o amor da minha vida, a minha alma gémea, o meu coração.
Beatriz: Eu cá, não tenho pressa nenhuma, mas sei que quando o vir, vou saber.
(Aparece Alex)
Beatriz: (Aponta para o rapaz) É ele! (Cai)
Alex: (Corre para junto dela) Estás bem?
Beatriz: Sim, foi o choque da tua beleza.
Narrador: A partir dai, nunca mais se separaram, casaram e tiveram uma filha. (Aparece a Elisa) Alex sempre foi um homem de família, estava sempre deserto para voltar para junto da sua mulher e filha. Apesar de ele ser estrangeiro, tinha sido bem recebido e, por isso, não tinha inimigos.
Alex: Vou buscar a Elisa à escola, volto já.
Narrador: Dizia isto todo os dias e voltava sempre alegre. (Aparece Verónica)
Verónica: Olá, recebi por engano uma carta da tua mãe, está descansada que não a abri.
Beatriz: Obrigada, Verónica.
Verónica: De nada, adeus!
Beatriz: Adeus.
 (Verónica sai e entra Elisa e Alex)
Beatriz: Olá família! Olhem, sabem quem é que me enviou uma carta? A minha mãe, a Mariana.
Narrador: Na carta, Mariana falava do mundo, da sua felicidade, das saudades que tinha e que ia voltar em breve. Beatriz escreveu-lhe de volta.
(Elisa finge que vomita para o balde)
Alex: Filha, porque é que estás a vomitar, estás bem?
Elisa: (Aflita) Não consigo respirar. Ar.
Narrador: Por enquanto já se tinham formado três gerações de mulheres especiais, cada uma com um dos elementos.
Beatriz: Filha, temos que te levar ao hospital!
(Mariana entra)
Mariana: Não têm não. Eu sei um curativo muito mais eficaz.
Narrador: Mariana fez o curativo e Elisa melhorou. (Pausa) Os anos foram passando e Elisa foi crescendo.
 (Sai Elisa em criança e entra ela maior)
Beatriz: Agora que já tens idade suficiente podes ficar sozinha por uns dias.
Alex: Eu e a tua mãe vamos ver também um pouco do mundo.
Mariana: Eu convidei os teus pais para irem a um dos sítios onde eu fui.
(Alex, Beatriz e Mariana saem)
                                                                                                         
Elisa: Também queria ir, porque é que me deixaram cá?
(Aparece António)
António: Será que é porque mais tarde quererás ver tudo com a família que construíres?
Elisa: Deve ser isso.
Narrador: António e Elisa foram-se aproximando, casaram e tiveram uma menina, a Teresa, uma rapariga muito solidária.
(Aparece Alex, Mariana e Beatriz)
Elisa: Voltaram finalmente!
António: Finalmente tenho o prazer de vos conhecer.
Mariana: Foi muito divertido.
Beatriz: Depois temos de vos levar lá.
Teresa: Concordo.
Elisa: Sim.
Teresa: Bisavó Mariana, como é que tens um aspeto tão jovem?
Mariana: Sou imortal, tal como todos os membros desta família.
Narrador: Passado algum tempo, Teresa adoece, mas com a ajuda de uma flor que lhe fora oferecida, conseguiu recuperar do coma. Quando acordou, a primeira palavra que disse foi: «terra». A quarta palavra e a que fazia a última ligação entre os elementos. Concluídos os cem anos, tal como o Mensageiro do Universo dissera, choveu torrencialmente e formou-se um lago. (Aparece o lago) Em redor deste, a vida continuou.
Dentro do lago, vivia uma família imortal, cada uma com o seu elemento, poder: a Mariana com o fogo, a Beatriz com a água, a Elisa com o ar e a Teresa com a terra e os respetivos maridos. Mariana: Olhem eu tive uma ideia: nós temos poderes e porque é que não os aproveitamos? Formávamos uma espécie de grupo e dedicávamo-nos a ajudar as pessoas.
Todos: (Em coro) A Congregação!

quinta-feira, 7 de junho de 2012

25 de Abril


No dia 23 de Abril, os nossos alunos do sexto ano de escolaridade participaram num encontro de formação com o Dr. Sérgio Ribeiro, no âmbito das comemorações dos 38 anos do 25 de Abril de 1974. Integrada no plano anual de atividades da nossa escola e prevista na planificação da disciplina de História e Geografia de Portugal, esta sessão possibilitou o convívio dos nossos alunos com um testemunho vivo dos tempos do Estado Novo e permitiu-lhes ampliarem os seus conhecimentos sobre o Dia da Liberdade, com as histórias encantadoras e reais tão delicadamente tecidas pelo nosso formador - professor: o Dr. Sérgio Ribeiro, que vive no Zambujal, Atouguia, como reformado… mas muito ativo! É licenciado em Economia. Resigna-se a que lhe chamem “dinossáurio”, mas resiste a fossilizar-se pelo que continua a estudar porque vai aprendendo que tem cada vez mais para aprender. Foi Diretor-geral do Emprego e docente em várias Universidades. Antes disso, foi economista de empresa e jornalista económico, o que continuou a ser por vício de acumulação de cargos. Fez várias missões de cooperação pelas Nações Unidas (OIT) em países africanos.
Como cidadão, além de ter estado preso, cedo tomou partido e sempre se disponibilizou para representar os concidadãos em exercício de democracia representativa, pelo que tem no currículo 2 anos de tarefa como deputado na AR, 11 no PE (onde chegou a ser eleito inter-pares para a direção) e pelo menos 14 anos como deputado municipal (Amadora e Ourém).
Nas horas vagas tem sido dirigente associativo e tenta ser animador cultural. Tem escritos seus espalhados por jornais, revistas e mundo, e mais de 40 livros editados, desde pequenos cadernos a volumes de centenas de páginas. Tem ainda um blogue pessoal, onde vai acompanhando as notícias do país e do mundo.
 Podes consultar aqui: 

Para esta sessão, os alunos realizaram cravos – o símbolo da Revolução, em colaboração com as aulas de Educação Visual e Tecnológica. Agradecemos a ajuda das professoras de EVT e o excelente testemunho do Dr. Sérgio!!!





                                            Departamento de História e Geografia