sexta-feira, 16 de novembro de 2012

ANTÓNIO MOTA ENCANTA ALUNOS DO SEGUNDO CICLO


Na manhã fria do dia 13 de novembro de 2012, o auditório Jean Gailhac esteve ao rubro a ouvir o escritor António Mota.
O escritor começou por falar dos livros que lhe surgem como uma chama e que vão nascendo pouco a pouco, escolhendo sempre duas músicas instrumentais que acompanham cada processo de criação e que ele diz serem as suas muletas. Ele vai-se inspirando um pouco em tudo: nas caminhadas, nas paisagens, no andar de comboio… Normalmente, demora oito a nove meses a escrever um livro. Escreve duas páginas por dia, cerca de 50 linhas em letra “Times New Roman”, tamanho 10. Escreve devagar, hesita, consulta o dicionário, “mastiga” as frases até achar que está tudo bem. Mas, no dia seguinte, volta a ler tudo o que escreveu e faz mais algumas correções, se necessário. Normalmente, escreve sempre a data em que termina de escrever o livro, mas raramente faz dedicatórias.
Deu-nos a conhecer a sua infância, o nadar no rio, o pescar trutas, o subir à torre da igreja, o tocar do sino, a prenda especial que recebeu (uma cabra da qual tinha que cuidar), a importância de escutarmos as histórias dos nossos avós.
Contou-nos, ainda, que foi professor do primeiro ciclo durante trinta e quatro anos e que visita escolas há já trinta anos, para ir dando a conhecer os oitenta e seis livros que já escreveu.
Fez muitas sugestões de leitura, como “As andanças do senhor Fortes”(que troca a vida agitada da cidade pela tranquilidade do campo), “Histórias às Cores” (o seu último livro, lançado no dia 10 de novembro), “O Sapateiro e os Anões”(conto tradicional), livros da coleção “Se eu fosse…”(direcionado para os mais novos), “O Rapaz de Louredo”(o primeiro livro que escreveu para jovens), “Fora de serviço”(um livro em que a mãe faz greve das suas rotinas domésticas), “A Terra do Anjo Azul”(livro passado em ambiente rural, em que um menino vai vestido de anjo numa procissão e não conseguiu ir a tempo à casa de banho, do que decorreu um pequeno incidente) , “Cortei as tranças”(uma aluna do 6º ano que não gostava de estudar) e “Outros tempos”(para os leitores adultos).
Em relação ao livro “Pinguim”, obra de estudo para os alunos do 5.º ano, a história, segundo conta o autor, surgiu por causa de um cão que ofereceu ao filho, que adoeceu e teve de ser abatido, mas que deixou muitas saudades no seio familiar. Disse, ainda, que o seu primeiro livro, “A Aldeia das Flores”, o escreveu sentado num carvalho.
Disse que se não tivesse lido, não era escritor, que o melhor prémio para ele é ter leitores e incitou todos a ler, porque “ler não engorda”. Sabe que nem todos seremos escritores, mas se lermos, certamente escreveremos todos muito melhor!
Agradecemos às nossas professoras de Português esta oportunidade e esperemos que, para o ano, possamos contactar com mais um escritor da nossa literatura para nos tornarmos muitos e bons leitores.

Texto redigido coletivamente pelos alunos do 5º e 6º anos












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