Com o tema «Educação - que exemplo somos
para os nossos filhos = Dizer x Fazer = Pensar x (Z)», o psiquiatra, formador,
professor, autor de artigos, comunicações, livros no âmbito da saúde mental e
coautor do programa diário da TSF «Pensamentos Cruzados», Dr Vitor Cotovio iniciou
a palestra com um pequeno vídeo, onde os filhos seguiam os maus exemplos dos
pais, tais como gritarem, terem atitudes violentas, deitarem lixo para o chão, entre outras, que
nos fizeram refletir a todos. Afirmou que a educação não é a preparação para a
vida, mas sim a própria vida. Defendeu uma educação para a resiliência perante
a adversidade e com limites, pois só assim se treina a autonomia. Falou da
importância do saber dizer não, chamou a atenção dos pais «light» (permissivos)
e das crianças «agenda», ou seja repletas de atividades. Defendeu que na
educação tem de haver coerência, que dá credibilidade e estabelece confiança.
Educar é liderar, é semear afeto com sabedoria para colher com paciência e
confiança e disse que «educar é impregnar de sentido o que fazemos a cada
instante» e «dar o exemplo não é a melhor maneira de influenciar os outros, é a
única», citando respetivamente Paulo Freire e Albert Schweitzer.
Mostrou a educação como uma equação:
Dizer x Fazer = Pensar x (Z)
Z = Dizer x Fazer
Pensar
Z = Educar
Pensar
Z =
Sentir
Dizer
x Fazer = Pensar x Sentir (Servir)
Disse ainda que Escola + Pais =
Serviço. A escola tem de dar uma referência para o resto da vida e só se
aprende com quem se ama.
Continuou, referindo as
características dos quatro estilos parentais (os permissivos, os
hiper-protetores, os autoritários e os assertivos) e apresentou os mandamentos
dos pais, tais como: amar os filhos para além de si mesmos; acreditar quando
desiludem; motivar quando bloqueiam; promover o empenho, o brio e não projetar
ambições, frustrações; gostar dos filhos e não só do que fazem; respeitar,
compreender e perdoar; não julgar; gerir problemas; não abdicar da autoridade;
não trocar a assertividade pela permissividade, adiar a gratificação; potenciar
a resistência à frustração; cumprir o prometido; incentivar o sentido crítico;
transformar a palavra em exemplo; cultivar a gratidão, a generosidade, a
honestidade, a pertença, o respeito, a tolerância e o otimismo.
E depois de escutadas estas sábias
palavras, ainda houve tempo para uma série de perguntas e respostas, em que os
pais puderam esclarecer algumas dúvidas e expor também os seus pontos de vista.
Este
serão foi sem dúvida uma escola de pais!
Repórter da «Voz da Escola»
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